sábado, abril 05, 2008
a pantera (II)
A Pantera
Rainer Maria Rilke (trad.Augusto de Campos)
(No Jardin des Plantes, Paris)
De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.
A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.
De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração.
Metáfora do desejo: a fera que assim mesmo avança, ataca, devora... Você renuncia à noite, recitando Rilke: "tudo aquilo em que ponho afeto fica mais forte e me devora"; consegue enfim « The curse of the cat people » para ver sozinho com seu gato no colo, ronronando inocente!
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