de todas as coisas que não consigo lembrar, as piores são aquelas que esqueço logo após pensar. É como cair no abismo, ou pior. É como se eu tivesse lá me jogado de propósito. Afinal, servem para quê a caneta, a agenda, um pedaço de papel? Dizem que, se esqueceu, não era importante. Insensatez! Não há nada mais importante do que aquilo que se perde nas sombras da consciência, e sobretudo por um átimo, um descuido.
segunda-feira, maio 18, 2009
minima moralia
de todas as coisas que não consigo lembrar, as piores são aquelas que esqueço logo após pensar. É como cair no abismo, ou pior. É como se eu tivesse lá me jogado de propósito. Afinal, servem para quê a caneta, a agenda, um pedaço de papel? Dizem que, se esqueceu, não era importante. Insensatez! Não há nada mais importante do que aquilo que se perde nas sombras da consciência, e sobretudo por um átimo, um descuido.
sábado, maio 09, 2009
virtualidades
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intersubjetividade para lá de difusa, espécie de denúncia do aprofundamento dessa infelicidade coletiva que não conseguimos nomear sem lugar comum, e que tememos e procuramos superar com desespero dissimulado, quando não cedemos à loucura e ao phármakon.
inesperado, terra de ninguém, unheimlich, desafio formal também: como, por exemplo, a própria ordem de cada tijolinho desses, lidos "de trás pra frente". textos contaminados dessa estranha dinâmica, dessa difícil negociação com o tempo, ainda mais imprevisível do que, dir-se-ia, o telefone, a tv ou uma frase ao alcance da bofetada :)
quarta-feira, maio 06, 2009
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Neste ano "comemoram-se" 70 anos da morte de Freud. A data é, evidentemente, uma desculpa para comemorar o próprio Freud, sua existência, suas idéias, embora alguns possam dizer, em júbilo, "já foi é tarde"... Sempre achei estranho comemorar alguém pela data de seu decesso, o que talvez não se aplique no caso de Freud, que não veio trazer a salvação, mas "a peste"! A peste da consciência (terapêutica!) da infelicidade coletiva; a consciência de nossa natureza perverso-polimorfa; a destituição da soberania da consciência por forças estranhas que a atravessam e a ultrapassam... O homem não é mais senhor em sua própria morada... Para quê repetir os chavões da psicanálise num espaço como este? Para quê começar a falar sobre algo que certamente não cabe num "post de blog"? Fazê-lo parece arbitrário como tudo o que, nessas efemérides previsíveis, foge à radicalidade do seu próprio questionamento, isto é, o questionamento da domesticação a que sistematicamente a sociedade submete um pensar perigoso, incerto, doloroso. O fato é que, hoje, abri minha agenda, e lá estava escrito "6 de maio. Sigmund Freud (1856-1939)". E me ocorreu que o blog não deixa de ser um experimento de autoanálise muito heteróclito, e que, ao invés de ceder ao desejo (recorrente!) de retirar do horizonte do olhar alheio esses "fragmentos de qualquer coisa" que falam muito e quase nada sobre mim, talvez o melhor seria tentar radicalizá-lo! Será?