segunda-feira, dezembro 22, 2008
na Calouste!
hemingway's impressions I
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Il y avait tant d'arbres dans la ville, que vous pouviez voir le printemps se rapprocher de jour en jour jusqu'au moment où une nuit le vent chaud l'installerait dans la place, entre le soir et le matin. Parfois d'ailleurs les lourdes pluies froides le faisaient battre en retraite et il semblait qu'il ne viendrait jamais et que ce serait une saison de moins dans notre vie. C'etait le seul moment de vraie tristesse à Paris, car il y avait là quelque chose d'anormal. Vous vous attendez à être triste en automne. Une partie de vous-même meurt chaque année, quand les feuilles tombent des arbres dont les branches demeurent nues sous le vent et la froide lumière hivernale; mais vous savez déjà qu'il y aura toujours un printemps, que le fleuve coulera de nouveau après la fonte des glaces. Aussi, quand les pluies froides tenaient bon et tuaient le printemps, on êu dit la mort inexplicable d'un adolescent.
Et même si le printemps finissait toujours par venir, il était terrifiant de penser qu'il avait failli succomber.
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Il y avait tant d'arbres dans la ville, que vous pouviez voir le printemps se rapprocher de jour en jour jusqu'au moment où une nuit le vent chaud l'installerait dans la place, entre le soir et le matin. Parfois d'ailleurs les lourdes pluies froides le faisaient battre en retraite et il semblait qu'il ne viendrait jamais et que ce serait une saison de moins dans notre vie. C'etait le seul moment de vraie tristesse à Paris, car il y avait là quelque chose d'anormal. Vous vous attendez à être triste en automne. Une partie de vous-même meurt chaque année, quand les feuilles tombent des arbres dont les branches demeurent nues sous le vent et la froide lumière hivernale; mais vous savez déjà qu'il y aura toujours un printemps, que le fleuve coulera de nouveau après la fonte des glaces. Aussi, quand les pluies froides tenaient bon et tuaient le printemps, on êu dit la mort inexplicable d'un adolescent.
Et même si le printemps finissait toujours par venir, il était terrifiant de penser qu'il avait failli succomber.
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sexta-feira, dezembro 19, 2008
quarta-feira, dezembro 10, 2008
news from paris
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andei atrás dos passos de henry milller e hemingway à paris... ainda não encontrei para reler Quiet Days In Clichy (que no brasil foi traduzido como Sexo em Clichy), um dos meus "romances de formação". A praça de Clichy tem um clima bem bacana, apesar de também estar repleto de russos. Não que eu tenha nada contra os russos, muito pelo contrário (viva Lenin! Dostoiévski! Maiakóvski!), mas eles ficam lá em frente aos bares, nas saídas do metrô, sempre num movimento meio suspeito, com dois metros de altura por dois de largura. les russes, les barbares, moi compris, sont partout! depois andei ali no 5ème, onde hemingway viveu nos anos 20, e tirei uma foto tremida do prédio onde ele morou (bellow, I was a little drunk), e que foi o mesmo prédio onde Verlaine morreu (minutos antes, tirei uma foto dele no bar ali na esquina. veja abaixo). A rue Mouffetard é hoje bem turística, mas ainda há nas redondezas ruas, bares e livrarias onde se pode transitar sem muita gente. No mais, quase não se vê pichação em paris. Encontrei duas intervenções urbanas (ci-dessous). deixo ainda uma foto onde pode se ver a neve começando a cair, a caminho do meu déjeuner. à bientôt.
GREEN
Voici des fruits, des fleurs, des feuilles et des branches
Et puis voici mon coeur, qui ne bat que pour vous,
Ne le déchirez pas avec vos deux mains blanches,
Et qu'à vos yeux si beaux l'humble présent soit doux.
J'arrive tout couvert encore de rosée
Que le vent du matin vient glacer à mon front.
Souffrez que ma fatique, à vos pieds reposée,
Réve des chers instants qui la délasseront.
Sur votre jeune sein laissez rouler ma tête
Toute sonore encor de vos derniers baisers;
Laissez-la s'apaiser de la bonne tempête,
Et que je dorme un peu puisque vous reposez.
et plus...
la neige, regardez avec attention...
interventions urbaines:
andei atrás dos passos de henry milller e hemingway à paris... ainda não encontrei para reler Quiet Days In Clichy (que no brasil foi traduzido como Sexo em Clichy), um dos meus "romances de formação". A praça de Clichy tem um clima bem bacana, apesar de também estar repleto de russos. Não que eu tenha nada contra os russos, muito pelo contrário (viva Lenin! Dostoiévski! Maiakóvski!), mas eles ficam lá em frente aos bares, nas saídas do metrô, sempre num movimento meio suspeito, com dois metros de altura por dois de largura. les russes, les barbares, moi compris, sont partout! depois andei ali no 5ème, onde hemingway viveu nos anos 20, e tirei uma foto tremida do prédio onde ele morou (bellow, I was a little drunk), e que foi o mesmo prédio onde Verlaine morreu (minutos antes, tirei uma foto dele no bar ali na esquina. veja abaixo). A rue Mouffetard é hoje bem turística, mas ainda há nas redondezas ruas, bares e livrarias onde se pode transitar sem muita gente. No mais, quase não se vê pichação em paris. Encontrei duas intervenções urbanas (ci-dessous). deixo ainda uma foto onde pode se ver a neve começando a cair, a caminho do meu déjeuner. à bientôt.
GREEN
Voici des fruits, des fleurs, des feuilles et des branches
Et puis voici mon coeur, qui ne bat que pour vous,
Ne le déchirez pas avec vos deux mains blanches,
Et qu'à vos yeux si beaux l'humble présent soit doux.
J'arrive tout couvert encore de rosée
Que le vent du matin vient glacer à mon front.
Souffrez que ma fatique, à vos pieds reposée,
Réve des chers instants qui la délasseront.
Sur votre jeune sein laissez rouler ma tête
Toute sonore encor de vos derniers baisers;
Laissez-la s'apaiser de la bonne tempête,
Et que je dorme un peu puisque vous reposez.
et plus...
la neige, regardez avec attention...
interventions urbaines:
segunda-feira, dezembro 08, 2008
domingo, dezembro 07, 2008
segunda-feira, dezembro 01, 2008
terça-feira, maio 20, 2008
instinto materno
« Conheci certa vez um menino que, ao ser contrariado em alguma coisa pela mãe, dizia sempre: ah, compreendi, compreendi, mamãe é má. A maior parte dos homens não discorre acerca do próximo com outra lógica, embora não expresse seu discurso com a mesma simplicidade. »
Giacomo Leopardi
Giacomo Leopardi
segunda-feira, maio 12, 2008
terça-feira, abril 22, 2008
outra nietzscheana (ou pantera VI)
Outra nietzscheana
(Sebastião Uchoa Leite)
A tensa pantera
Não salta
Porque pensa
Assim Eros
Não dispensa
Agarra
O que à garra
Compensa
A uma incógnita (1991)
ps. tapa na pantera:
« a risada é sem dúvida o grande... radar »
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docência
« Há certamente uma pedagogia das matemáticas, uma didática das línguas vivas, há métodos adequados ao ensino das ciências, haverá técnicas úteis, procedimentos eficazes, regras a ter em conta. Mas... os resultados serão diferentes se se tratar de um professor exigente e genuinamente interessado pelos seus alunos ou de um professor descuidado do seu trabalho, desatento, detestado, troçado ou simplesmente desprezado. O método mais correto não salvará um professor que não saiba obter a amizade e o respeito dos seus alunos. O método mais arcaico fará maravilhas nas mãos de um professor estimado, que ensina de forma rica, entusiástica e apaixonada aquilo que ama, que se interessa verdadeiramente pelo saber que ministra, pelos alunos que lhe foram confiados, pelo modo como vivem e sentem e pensam o mundo que os rodeia e que, mesmo inexperiente ou ignorante das sofisticadas regras didácticas aconselhadas para o ensino da sua disciplina, saiba estabalecer com os seus alunos esse parentesco insondável e dialógico que constitui o segredo de todos os magistérios.
(...) Há um isomorfismo fundamental entre o professor e os seus alunos que faz com que, mais do que aquilo que sabe ou julga saber, cada professor ensina sobretudo aquilo que é.
No entanto, "aquilo que se é" não é um puro dado, mas uma tarefa. "Aquilo que se é" é aquilo que é necessário ser, que importa construir. Não se trata pois —e este é para nós um ponto de capital importância— de fazer o elogio de uma qualquer espontaneidade bem intencionada mas impreparada e inculta, de uma inocente autenticidade ou de uma universal sociabilidade, mas de resgatar, para o professor, o direito e o dever de ser exigente para consigo mesmo, para com a sua profissão, para com os seus alunos e para com o saber que, face a eles, representa, incarna e deve actualizar.
Para lá e através de tudo o que é dito, o que passa fundamentalmente para os alunos é a figura humana, a presença concreta do professor, o modo como com eles se relaciona, como se interessa pelos seus interesses, o modo como vive e cultiva a sua profissão, o modo como se situa face ao saber que ministra, a paixão que o anima. »
Olga Pombo, A escola, a recta e o círculo
(...) Há um isomorfismo fundamental entre o professor e os seus alunos que faz com que, mais do que aquilo que sabe ou julga saber, cada professor ensina sobretudo aquilo que é.
No entanto, "aquilo que se é" não é um puro dado, mas uma tarefa. "Aquilo que se é" é aquilo que é necessário ser, que importa construir. Não se trata pois —e este é para nós um ponto de capital importância— de fazer o elogio de uma qualquer espontaneidade bem intencionada mas impreparada e inculta, de uma inocente autenticidade ou de uma universal sociabilidade, mas de resgatar, para o professor, o direito e o dever de ser exigente para consigo mesmo, para com a sua profissão, para com os seus alunos e para com o saber que, face a eles, representa, incarna e deve actualizar.
Para lá e através de tudo o que é dito, o que passa fundamentalmente para os alunos é a figura humana, a presença concreta do professor, o modo como com eles se relaciona, como se interessa pelos seus interesses, o modo como vive e cultiva a sua profissão, o modo como se situa face ao saber que ministra, a paixão que o anima. »
Olga Pombo, A escola, a recta e o círculo
a pantera (V)
« A pantera africana é como uma leoa (...). Sua beleza deleita os animais, que sempre andariam ao seu redor, não fosse seu olhar terrível. A pantera, que não ignora essa circunstância, baixa os olhos; os animais aproximam-se para gozar com tanta formosura, e ela agarra o que está mais próximo e o devora. »
Leonardo da Vinci apud Jorge Luis Borges, El Libro de los Seres Imaginarios
la pantera (IV)
« En los bestiarios medievales, la palabra pantera indica un animal asaz diferente del "mamífero carnicero" de la zoología contemporánea. Aristóteles había mencionado que su olor atrae a los demás animales; Eliano —autor latino apodado Lengua de Miel por su cabal dominio del griego— declaró que ese olor también era agradable a los hombres. (En este rasgo, algunos han conjeturado una confusión con el gato de algalia.) Plinio le atribuyó una mancha en el lomo, de forma circular, que menguaba y crecía con la luna. A estas circunstancias maravillosas vino a agregarse el hecho de que la Biblia griega de los Stenta usa la palabra pantera en un lugar que puede referirse a Jesús (Oseas 5:14).
En el bestiario anglosajón del códice de Exeter, la pantera es un animal solitario y suave, de melodiosa voz y aliento fragante. Hace su habitación en las montañas, en lugar secreto. No tiene otro enemigo que el dragón, con el que sin tregua combate. Duerme tres noches y, cuando se despierta cantando, multitudes de hombres y de animales acuden a su cueva, desde los campos, los castillos y las ciudades, atraídos por la fragancia y la música. (...) »
Jorge Luis Borges, El Libro de los Seres Imaginarios
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